Para vocês que estão acompanhando a postagem do Livro - Eu Primata de Frans de Waal - Aí vai o último capítulo com as minhas anotações. Espero que tenham curtido e obrigada pela visita ao meu Blog. Um abraço.
VI – O PRIMATA BIPOLAR – EM BUSCA DO EQUILÍBRIO.
Somos
bipolares, isto é, temos aparências semelhantes tanto aos chimpanzés quanto aos
bonobos.
A
sociedade humana só foi possível com a solidariedade, pois o egoísmo de nada
possibilitaria essa construção. “Os grandes primatas não humanos conhecem essa
solidariedade”.
A
solidariedade transcende os princípios impregnados na ideologia de muitas
pessoas, principalmente de cultura Ocidental: ela vai além da máxima da
“sobrevivência do mais apto”, colocando animais que desfrutam de “tolerância e
apoio consideráveis” em uma sociedade dotada de reciprocidade. Todavia, a vida
em grupo garante a sobrevivência do grupo, mas, sendo transcendida, trata de
ajudar cada membro, ainda que não apto.
Na
seleção natural tudo se encaixa em um ponto ótimo. Ou seja, aquele ponto
demarca o equilíbrio do processo evolutivo de uma dada espécie. Logo, todas as
características manifestas por esta espécie lhes são apodíticas para a
sobrevivência, mas tão-somente até aquele ponto.
“Em
um mundo bipolar, toda capacidade alude ao seu oposto”.
“A evolução é um processo dialético”, ou seja,
ela é resultante do embate entre opostos, da bipolaridade.
Os
chimpanzés são mais violentos e os bonobos mais calmos; ambos resolvem
conflitos e competem, porém, mesmo que eles possuam as duas tendências, cada um
atinge um equilíbrio diferente.
O
“comportamento humano é uma combinação de impulso e inteligência”.
“A
dissimulação é nossa velha conhecida, e a praticamos o tempo todo”, mas esta
não é única e exclusivamente uma conhecida humana: os chimpanzés também parecem
dissimular. “Manter as aparências é uma das coisas que temos em comum com os
outros grandes primatas”.
Instintos
e módulos restringiriam comparações entre humanos e outros primatas, mas esta
deve ser transcendida, pois as ações desses seres são demarcadas inteligentes.
É certo que o ser humano pode ver mais longe, mas esses seres aplicam todas as
suas capacidades cerebrais para resolver dilemas e outros problemas.
“A
expressão ‘capital social’ refere-se à segurança pública e ao senso de
segurança derivado de um meio previsível e de uma densa rede social”. A
sociedade moderna, a qual desloca o ser humano em vários locais físicos, viola
a regra do capital social: a comunidade é diluída. “Estamos atrelados a uma
psicologia humana moldada por milhões de anos de vida em pequenas comunidades,
e por isso temos a necessidade de estruturar o mundo à nossa volta de algum
modo reconhecível por essa psicologia”.
“A
empatia é a única arma no repertório humano capaz de nos livrar da maldição da
xenofobia”.
“Em
nós existem tanto o lado chimpanzé, que estorva as relações amistosas entre
grupos, como o lado bonobo, que permite a mistura sexual e o grooming, do outro lado da fronteira”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário